Festival Super Bock Super Rock 2010
[+] Público + Recinto - Dos muitos festivais já presenciados, este foi um dos que mais gozo me deu. Desde logo pelo tipo de público. Os "turistas" - como gosto de chamar a quem está lá para tudo menos a música - eram muito poucos. O que se notou em larga escala foi a presença de gente madura e com sede de ouvir e respeitar as bandas. O recinto foi outra agradável surpresa. Não pelo pó (obviamente) mas pela forma como tudo estava disposto. O terreno no palco principal, com um ligeiro declive ( à la Paredes de Coura, mas mais suave), tornava possível ver os concertos de qualquer sítio. Bem distante do palco principal, num canto do recinto e sem confusões de sons de outros concertos, rodeado de árvores, estava o palco secundário com um pôr-de-sol maravilhoso em pano de fundo (incomodativo nas primeiras actuações do dia). Tornou-se num oásis musical que tão bem soube visitar.
[+] The National - Mais uma actuação de charme e sedução. Setlist bem escolhida com músicas com mais nervo. Iguais a si mesmos, os momentos marcantes do espectáculo foram a inclusão de "Cardinal Song" no final de "Available", a visita do Matt à plateia durante a "Abel" (OMG toquei nele -_- ) , e ainda o final com "About Today" e a sua combustão lenta desarmante. Memoráveis, como sempre. Quatro festivais depois, está na hora de voltarem em nome próprio.
(via EcletismoMusical)
[+] Beach House - A hora e o cenário foram perfeitos. Pôr-de-sol em pano de fundo, plateia conhecedora e uma admiração mútua entre público e banda. O concerto não diferenciou muito do ocorrido em Guimarães em Março e, portanto, o destaque foi todo para o disco "Teen Dream". Estão no auge e isso nota-se na força que as músicas ganham ao vivo. São, actualmente, das bandas que mais gosto de ver ao vivo. Deliciosos.
[+] Vampire Weekend - Para muitos, este foi o concerto do festival. E não é descabido. Para quem os viu em 2008 no Alive!, algo tímidos e ainda verdinhos, foi com grande surpresa e admiração que assistiram a uma actuação arrebatadora no palco do super bock super rock. Confiantes, bem-dispostos e a explodir de energia. Assim foi o concerto, que arrasou tudo e todos. Mais uma banda que levará Portugal no coração tal o tratamento apoteótico a que tiveram direito.
(Via EcletismoMusical)
Outros destaques:
Grizzly Bear - Excelentes músicos. Concerto coeso e hipnotizante. Apesar de, na generalidade, se considerar o mais recente disco "Veckatimest" uma obra-prima, fiquei com a ideia (depois do concerto) de que o melhor desta gente ainda está para vir. São um diamante enorme, ainda por limar.
Temper Trap - Há coisa de um ano, falando do concerto deles em Coura, tinha vaticinado que esta malta chegaria longe se tivessem juízo na cabeça. Ora bem, um ano depois não restam dúvidas. São um sucesso. Concerto divertido e refrões cantados em uníssono. Nos singles são imbatíveis; Nas restantes perdem força. De resto, fantástica atitude, simpatia e um bom momento para todos.
Hot Chip - Li numa das várias reviews (não me recordo qual) a análise exacta. Tanto produziam excelentes momentos de festa como logo a seguir transbordavam batidas a escorrer do mais fino azeite. A multidão pareceu gostar de ambas as faces. Interessante, no mínimo.
John Butler Trio - Desde 2006 que andava para o apanhar ao vivo. Finalmente consegui e valeu a pena. A dada altura dei por mim a sentir-me numa praia, rodeado de amigos, com o John Butler encarregado da banda sonora. Numa altura em que o concerto do Prince ameaçava começar, foi com surpresa que vi o palco secundário encher para este concerto. Na memória ficará a viagem épica que a música "Ocean" proporciona.
Prince - Incontornável. É um grande pintarolas, é sim. Mas é também um excelente guitarrista. Excelentes momentos funk e muito bem acompanhado por uma banda exímia. Não sendo um artista da minha onda, fica uma história para contar mais tarde aos netos: Vi o Prince ao vivo
Empire Of The Sun - O concerto acabou por ser uma cópia exacta do que se passa no disco: as músicas boas são realmente contagiantes; as más são de fugir a sete pés. E é uma pena pois, ao vivo, as músicas de qualidade são ainda mais explosivas e viciantes (grande entrada com "Standing On The Shore").
[-] Julian Casablancas - Dizem que o senhor Casablancas comeu frango a mais e não lhe caiu bem e, por isso, esteve mal-disposto durante toda a actuação. Ora o resultado foi chegar tarde, arrastar-se e sair cedo. Uma pena. Pelo que vi à minha volta não faltava gente pronta para o idolatrar seja pelas músicas a solo ou dos Strokes. As músicas até se portam muito bem ao vivo (houve "Electricityscape" dos Strokes) mas o Julian certamente estava a cantar ainda com frango na boca. Fica mais uma história para contar aos netos: toquei no Julian Casablancas
[-] Campismo + Pó - Por ser a primeira vez naquele local, aceita-se dar o benefício da dúvida aos organizadores. Contudo, no próximo ano as melhorias já têm de ser evidentes e categóricas. O campismo, a partir do primeiro dia do festival, tornou-se em algo inacreditável: tendas em cima de tendas sem forma de, sequer, existir um caminho a percorrer sem ter de pisar ainda mais tendas. O cenário era o de um campo de refugiados. O pó é outro problema a ser resolvido rapidamente.
[-] Sobreposições - Fiquei danado por perder Patrick Watson, Wild Beasts e Morning Benders. Os culpados foram os Vampire Weekend e The National.