O renascido Hard Club recebeu ontem os Linda Martini para o concerto de apresentação do novo trabalho "Casa Ocupada", a ser editado no próximo dia 2 de Novembro.
Com a promoção CD+Bilhete, a banda conseguiu a aderência do público, com a sala a estar perto da lotação ideal. Já bem depois da hora marcada, os protagonistas entraram em palco sob forte recepção. Geometricamente alinhados em palco, Hélio (o baterista locomotiva) na direita, Pedro (guitarra) e Cláudia (baixo) no centro e André (voz, guitarra) à esquerda. O começo faz-se forte, promentendo um espectáculo explosivo. À segunda música chega "Mulher-a-dias", novo single a lembrar uma fusão de Sonic Youth e The Mars Volta. A agitação em palco e na plateia parece imparável e, na primeira pausa entre músicas, o suor escorria e o ar estava perto de irrespirável.
Em recentes entrevistas a banda referiu que o novo disco será mais directo, e foi isso mesmo que se pode constatar. Algumas delas podem mesmo ser classificadas como sendo mais enraivecidas, incontidas. Tentar descortinar pormenores de músicas novas na sua versão ao vivo é sempre uma tarefa complicada mas as boas indicações ficaram gravadas.
Numa setlist que teve momentos de todos os trabalhos editados, destaque para "Partir para ficar" do disco "Olhos de Mongol" - que o baterista confessou "nao tocarem há algum tempo" - e ainda "Amor Combate" que, cada vez mais, se candidata a hino de uma geração, sucedendo a "Ouvi Dizer" dos Ornatos Violeta.
Perto de editarem o segundo álbum da carreira, os Linda Martini deixaram em palco uma imagem de qualidade, gosto pelo que fazem, seriedade e uma estrondosa empatia com o público.