A expectativa para a noite de ontem era enorme: dois dos três grandes nomes (faltavam os Chromatics) da editora "Italians Do It Better" marcavam presença para um showcase em estreia em solo nacional. Há noites que não deviam acabar e ontem foi uma dessas noites.
A noite arrancou com os Desire - projecto recente com disco de estreia editado em 2009. Com uma sonoridade muito mais sedutora do que os Glass Candy, percorreram o disco "II" quase na totalidade. "Don't Call", "Mirroir Mirroir" e "If I can't hold you" revelaram-se grandes momentos ao vivo com Johnny Jewel - mentor dos Desire e Glass Candy - a ser o mestre dos beats e samples. Por esta altura a festa estava instalada no Plano B e era já impossível encontrar alguém parado. Ao vivo, as canções ganham uma dimensão muito mais liberta onde houve até umas nuances (que chegaram a ter cheirinhos a 8-bit) do original.
No final veio a certeza: um triunfo inequívoco numa performance arrasadoramente charmosa.
De seguida entra em cena o prato principal. A sala neste momento já se tornava demasiado pequena para assistir ao concerto dos Glass Candy. A atitude mais irreverente e directa marca a diferença para o concerto anterior.
O espectáculo centrou-se nos discos "B/E/A/T/B/O/X" e "Deep Gems" e, por isso, não faltaram os grandes momentos dos mesmos. "Beatific", "Candy Castle", Life After Sundown", "Rolling Down The Hills" e "Geto Boys" foram verdadeiros focos incendiários para o público que, por esta altura, se encontrava em avançado estado de loucura festiva.
A ronda de concertos terminou com o único desfecho possível: invasão pacífica de palco durante o último tema de Glass Candy com a vocalista a desdobrar-se em beijos, abraços, fotos e danças com o público. Terminava assim uma actuação demolidora.
Há noites que não deviam terminar...