O irresistível projecto Washed Out acaba de apresentar o videoclip para a deslumbrante "Hold Out". Este video capta tão bem o espírito da música.
O irresistível projecto Washed Out acaba de apresentar o videoclip para a deslumbrante "Hold Out". Este video capta tão bem o espírito da música.
Festival Sudoeste 2010
[+] Beirut - O palco secundário foi invadido por uma multidão digna de palco principal. Mal foi avistado, Zach Condon foi presenteado com uma ovação que me deixou estupefacto. Muitos concertos começam a ganhar gás com a banda puxando pelo público, neste caso foi o público que deu todos os condimentos necessários para os Beirut cozinharem o que veio a ser uma actuação arrebatadora. Confesso que não estava preparado para a histeria avassaladora durante o concerto todo. O que é certo é que a banda esteve à altura e desfilou os temas emblemáticos com grande força. Foi daqueles concertos memoráveis não só pela actuação mas pela sintonia entre banda e público. Para repetir, sem qualquer dúvida!
[+] Flaming Lips - O que poderia ter sido um concerto daqueles que ficam como mitos na história dos concertos em Portugal, ficou-se apenas por um grande concerto. Isto porque os Flaming Lips tiveram o azar de serem contractados para o Festival do marketing onde o público não conhece nem quer conhecer músicas ou bandas. O Wayne bem que incitava o público apático mas não havia muito a fazer. De qualquer das formas, o concerto foi tudo o que já esperava: mostrar o recente "Embryonic", não esquecendo as emblemáticas, como "Yoshimi" ou "Do You Realize" (a fechar em grande estilo) rodeados por um espectáculo cénico a convidar uma visita à wonderland dos Flaming Lips através de confétis, balões, mãos gigantes com lasers e o hilariante passeio por cima do público com o Wayne dentro de uma bola. Tão bem que tinham ficado em Paredes de Coura...
[+] Massive Attack - Uma das bandas marcantes que ainda me faltava ver. Diz quem já os tinha visto que este não terá sido dos melhores concertos que deram por cá. Para um estreante como eu, o espectáculo foi brutal. Apesar de a parte inicial ter sido ligeiramente entediante, o concerto foi ganhando fôlego galopantemente e, a meio do set, já estava totalmente convertido. Apoiados por uma instalação visual irresistível, em certos momentos o recinto era varrido por explosões libertadoras de pura dança. Principalmente, que bom que foi ouvir e ver ao vivo músicas como "Safe from harm" e "Angel". Foi pena não ter havido tempo para tocarem as novas "Pray for Rain", "Paradise Circus", "Psyche"(no soundcheck ainda se ouviu) ou "Saturday Come Slow".
Outros destaques:
Orelha Negra - Confirmaram ao vivo o que já tinha escrito no blog. A química entre cada elemento em cima do palco resultou num concerto cativante e de grande categoria. Apesar da debandada quase geral após o concerto miserável de Jamiroquai (já lá irei), os que ficaram foram suficientes para se deliciarem com o que os Orelha Negra melhor fazem: lição de funk, soul, hip-hop. São o acontecimento do ano para a música portuguesa.
Lykke Li - O disco "Youth Novel" da Lykke Li foi banda sonora durante várias semanas do Verão de 2008. Por isso, este concerto já apareceu numa fase em que não estava no pico de atenção pela banda. Contudo, mal a Lykke Li entrou em palco, de trajes sensuais e atitude determinada e arrancando com "I'm Good I'm Gone", o flashback para 2008 foi instantâneo. Ao vivo, a voz peculiar não vacila e os temas são muito bem tranpostos para o formato live. Ficou, também, a ideia de que muitos dos presentes eram já conhecedores. Bom concerto, cheio de energia. Surpreendeu.
[-] M.I.A - A julgar pelo público, M.I.A. era a estrela da noite. Houve batidas fortes, invasões constantes à plateia (OMG toquei nela -_- ), dançarinos "estranhos", shots de tequilla para o público, caos, palavras de ordem...............faltou foi música. Safou-se "Born Free", a última.
[-] Jamiroquai - Há muitos, muitos anos - por volta dos tempos do "Travelling Without Moving" em 1996 - era grande adepto do Jay Kay. Nunca os tinha visto ao vivo e, por isso, estava expectante. Uma enorme desilusão foi o resultado. Desde logo pelos músicos e a sua atitude em palco e a forma como interpretaram as canções. A dada altura, olhava para o palco e aquilo parecia-me uns quantos amigos que se tinham juntado e andavam de bar em bar como banda de tributo/covers a Jamiroquai. Nem uma "Virtual Insanity" foi suficiente para atenuar esta enorme desilusão.
[-] Público - O normal do Sudoeste. Para não me repetir, deixo-vos só um exemplo: a dada altura, havia num palco os Air a actuar e no outro os Beirut. No entanto, nesse momento havia uma fila de pessoas de, pelo menos, 1 hora para andar numa montanha-russa cuja viagem não é mais que 30 segundos. Penso que isto diz tudo do "público" do Sudoeste.
Festival Super Bock Super Rock 2010
[+] Público + Recinto - Dos muitos festivais já presenciados, este foi um dos que mais gozo me deu. Desde logo pelo tipo de público. Os "turistas" - como gosto de chamar a quem está lá para tudo menos a música - eram muito poucos. O que se notou em larga escala foi a presença de gente madura e com sede de ouvir e respeitar as bandas. O recinto foi outra agradável surpresa. Não pelo pó (obviamente) mas pela forma como tudo estava disposto. O terreno no palco principal, com um ligeiro declive ( à la Paredes de Coura, mas mais suave), tornava possível ver os concertos de qualquer sítio. Bem distante do palco principal, num canto do recinto e sem confusões de sons de outros concertos, rodeado de árvores, estava o palco secundário com um pôr-de-sol maravilhoso em pano de fundo (incomodativo nas primeiras actuações do dia). Tornou-se num oásis musical que tão bem soube visitar.
[+] The National - Mais uma actuação de charme e sedução. Setlist bem escolhida com músicas com mais nervo. Iguais a si mesmos, os momentos marcantes do espectáculo foram a inclusão de "Cardinal Song" no final de "Available", a visita do Matt à plateia durante a "Abel" (OMG toquei nele -_- ) , e ainda o final com "About Today" e a sua combustão lenta desarmante. Memoráveis, como sempre. Quatro festivais depois, está na hora de voltarem em nome próprio.
(via EcletismoMusical)
[+] Beach House - A hora e o cenário foram perfeitos. Pôr-de-sol em pano de fundo, plateia conhecedora e uma admiração mútua entre público e banda. O concerto não diferenciou muito do ocorrido em Guimarães em Março e, portanto, o destaque foi todo para o disco "Teen Dream". Estão no auge e isso nota-se na força que as músicas ganham ao vivo. São, actualmente, das bandas que mais gosto de ver ao vivo. Deliciosos.
[+] Vampire Weekend - Para muitos, este foi o concerto do festival. E não é descabido. Para quem os viu em 2008 no Alive!, algo tímidos e ainda verdinhos, foi com grande surpresa e admiração que assistiram a uma actuação arrebatadora no palco do super bock super rock. Confiantes, bem-dispostos e a explodir de energia. Assim foi o concerto, que arrasou tudo e todos. Mais uma banda que levará Portugal no coração tal o tratamento apoteótico a que tiveram direito.
(Via EcletismoMusical)
Outros destaques:
Grizzly Bear - Excelentes músicos. Concerto coeso e hipnotizante. Apesar de, na generalidade, se considerar o mais recente disco "Veckatimest" uma obra-prima, fiquei com a ideia (depois do concerto) de que o melhor desta gente ainda está para vir. São um diamante enorme, ainda por limar.
Temper Trap - Há coisa de um ano, falando do concerto deles em Coura, tinha vaticinado que esta malta chegaria longe se tivessem juízo na cabeça. Ora bem, um ano depois não restam dúvidas. São um sucesso. Concerto divertido e refrões cantados em uníssono. Nos singles são imbatíveis; Nas restantes perdem força. De resto, fantástica atitude, simpatia e um bom momento para todos.
Hot Chip - Li numa das várias reviews (não me recordo qual) a análise exacta. Tanto produziam excelentes momentos de festa como logo a seguir transbordavam batidas a escorrer do mais fino azeite. A multidão pareceu gostar de ambas as faces. Interessante, no mínimo.
John Butler Trio - Desde 2006 que andava para o apanhar ao vivo. Finalmente consegui e valeu a pena. A dada altura dei por mim a sentir-me numa praia, rodeado de amigos, com o John Butler encarregado da banda sonora. Numa altura em que o concerto do Prince ameaçava começar, foi com surpresa que vi o palco secundário encher para este concerto. Na memória ficará a viagem épica que a música "Ocean" proporciona.
Prince - Incontornável. É um grande pintarolas, é sim. Mas é também um excelente guitarrista. Excelentes momentos funk e muito bem acompanhado por uma banda exímia. Não sendo um artista da minha onda, fica uma história para contar mais tarde aos netos: Vi o Prince ao vivo
Empire Of The Sun - O concerto acabou por ser uma cópia exacta do que se passa no disco: as músicas boas são realmente contagiantes; as más são de fugir a sete pés. E é uma pena pois, ao vivo, as músicas de qualidade são ainda mais explosivas e viciantes (grande entrada com "Standing On The Shore").
[-] Julian Casablancas - Dizem que o senhor Casablancas comeu frango a mais e não lhe caiu bem e, por isso, esteve mal-disposto durante toda a actuação. Ora o resultado foi chegar tarde, arrastar-se e sair cedo. Uma pena. Pelo que vi à minha volta não faltava gente pronta para o idolatrar seja pelas músicas a solo ou dos Strokes. As músicas até se portam muito bem ao vivo (houve "Electricityscape" dos Strokes) mas o Julian certamente estava a cantar ainda com frango na boca. Fica mais uma história para contar aos netos: toquei no Julian Casablancas
[-] Campismo + Pó - Por ser a primeira vez naquele local, aceita-se dar o benefício da dúvida aos organizadores. Contudo, no próximo ano as melhorias já têm de ser evidentes e categóricas. O campismo, a partir do primeiro dia do festival, tornou-se em algo inacreditável: tendas em cima de tendas sem forma de, sequer, existir um caminho a percorrer sem ter de pisar ainda mais tendas. O cenário era o de um campo de refugiados. O pó é outro problema a ser resolvido rapidamente.
[-] Sobreposições - Fiquei danado por perder Patrick Watson, Wild Beasts e Morning Benders. Os culpados foram os Vampire Weekend e The National.
O blog está de volta das férias. Espero que as vossas férias tenham sido tão inesquecíveis e boas como as minhas. Há muita coisa para pôr em dia mas para já aqui fica mais uma edição do rodízio de videos. Grande selecção!
Os relatos do Super Bock Super Rock e Sudoeste já estão a ser escritos. Coloco-os em breve.