Aproveitando o local (escola de música), o trio ofereceu a todos uma enorme aula de como ser perfeito nos instrumentos.
O espaço: o Auditório de Espinho esteve absolutamente imaculável na qualidade de som. A última vez que apanhei uma sala tão boa aconteceu num concerto de Nitin Sawhney na Casa da Música em 2005.
Quanto ao trio - um baterista, um baixista e Shara Worden na voz/guitarra - desfilaram qualidade. Confesso que não via há muito um baterista com sentido rítmico tão apurado, fosse em músicas mais soul, jazz ou rock. E o que dizer de Shara (apresentou-se com um visual digno de uma Karen O) que com uma voz claramente muito treinada não vacilou uma única vez.
O concerto começou em formato Gospel quase pedindo a uma união para a próxima hora e quarenta de espectáculo. À medida que as músicas se sucediam - público já a seus pés - várias brincadeiras iam acontecendo: balões para a platéia, histórias de um north wind (instrumentos e voz a imitarem várias tempestades, formato banda-sonora).
Houve, igualmente, tempo para algumas surpresas em forma de cover: as populares Feeling Good (versão que se pode encontrar na compilação Dark Was The Night) e Tainted Love.
O primeiro de dois encores começou com Shara sozinha no palco com um Ukelele e o público em harmonia a acompanhar as melodias da doce canção. Para a despedida ficou uma cover de "Je n'en connais pas la fin / Hymne à l'amour" de Edith Piaf. Que Diamante valioso!