Music -- Lounge

Março 03 2010

Em noite de alerta vermelho metereológico, o Auditório António Lamoso de Sta. Maria da Feira recebeu o (cada vez mais popular) Festival Para Gente Sentada. Camera Obscura, Noiserv e Dakota Suite era o cardápio da segunda noite.

 

Noiserv

 

David Santos é o homem dos sete instrumentos deste projecto que conta com um EP e um álbum (One Hundred Miles From Thoughtlessness) editados até à data. A sua identidade sonora divaga entre camadas e camadas de diferentes sons (do mais elementar instrumento ao mais inesperado apito). Em palco, toma um rumo idêntico ao de Andrew Bird criando constantemente loops e saltando de instrumento em instrumento. Enquanto dava a conhecer as suas músicas (cover de "Where Is My Mind" dos Pixies incluída) sozinho no centro do palco, outro pormenor (ou talvez um pormaior) cativou a atenção pasmada da audiência: Diana, ilustradora que se encontrava quase escondida de todos, ia criando em tempo real desenhos (que eram projectados) a complementar as canções.

Noiserv provou ser dos projectos portugueses mais interessantes e originais actualmente. O que leva a crer que é possível fazer-se música em Portugal sem tentar ser mais uma cópia dos Ornatos Violeta. É inegável sentir que há muito sumo pronto a espremer e quanto melhor conseguir definir o rumo das suas canções maiores dividendos conseguirá produzir. Projecto a seguir com atenção.

 

Dakota Suite

 

Suicídio. Palavra-chave do concerto, tantas vezes evocada por Chris Hooson (ou Dakota Suite) enquanto contava as histórias da sua vida nos intervalos das canções. Com uma guitarra e sentado ao centro do palco desfilou um punhado das canções e letras mais sofríveis e entediantes a que já se assistiu. Aos poucos, várias pessoas se iam levantando - do tal festival para gente sentada (oh ironia!) -  para rumarem até à entrada para fumar um cigarro ou simplesmente fugir daquela chacina musical; o som da chuva e vento de um alerta vermelho era bem mais rico musicalmente. Foi um momento deprimente - em consonância com a sua voz - o qual só foi possível aguentar com o humor que se criou da situação. Fez a plateia pensar no suicídio? Completamente.

 

 

 

Camera Obscura

 

O prato principal da noite eram os Camera Obscura e tinham, desde logo, a tarefa de recuperar o ânimo do público depois do acidente Dakota Suite. Abordaram os discos mais recentes (Let's Get Out of This Country ; My Maudlin Career) e não desiludiram. O indie pop adocicado - que fez várias vezes lembrar os Belle and Sebastian -  e as suas canções mais ilustres "Let's Get Out Of This Country", "Loyd I'm Ready To Be Heart Broken", "French Navy" conseguiram acordar a plateia. Ponto extra por transportarem impecavelmente para o palco as suas criações em disco. Contudo, ficou a sensação de que faltou uma chama mais forte  na actuação. Por certo, também abalados com o concerto anterior.

 

obs: estreia com esta review aplicações em flash que se tornarão frequentes no blog, haja tempo para isso. as fotogalerias serão sempre criadas em harmonia com o evento abordado e sempre da minha autoria. São ainda projectos simples mas como ainda me estou a  iniciar neste campo peço a vossa compreensão. enjoy

publicado por music--lounge às 14:36
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