Music -- Lounge

Março 12 2010

Após uma longa ausência, as edições Lounge Guest estão de volta. Desta vez convidei uma amiga, Rita Costa, para fazer uma review do concerto dos Mono no Auditório de Serralves.
Nota: Reparem como também a Rita "adorou" o concerto do Dakota no Festival Para Gente Sentada

 

Dito isto, aqui fica o texto:

 

Mon(o)-Mental

 

Mono foi daqueles concertos que tão cedo não vou esquecer.

 

Iniciei a minha carreira no post-rock o ano passado com This Will Destroy You; e desde então não parei. Stephen O'Malley, God Is an Astronaut, The AllStar Project, Kayo Dot, pg.lost, Zu...Arrisco afirmar que Mono foi o melhor concerto que vi do género. Sim, sem dúvida.

 

Curiosamente, a Amplificasom que costuma efectuar todos os seus concertos no Passos Manuel; desta vez, decidiu mudar para o Auditório de Serralves. Excelente escolha de espaço. O som estava perfeito, ao contrário do concerto no MusicBox, Lisboa.

 

Uma lufada de ar fresco. Assim consigo descrever o que se viveu ontem, dia 10 de Março. Finalmente, o ano começou, depois de uns Arctic Monkeys não tão inspirados, de um Dakota-cuja-palavra-preferida-é-drown e de uns Camera Obscura que de substância têm zero.

Finalmente, vejo o meu primeiro grande concerto. A típica noite que não deveria ver a manhã, a típica noite que deveria, apenas, parar no tempo...

 

Essencialmente, Mono, vieram apresentar o seu mais recente álbum Hymn To The Immortal Wind, embora tenham recorrido aos antigos You Are There, One Step More And You Die, o Under The Pipal Tree e, por fim, Walking Clouds and Deep Red Sky, Flag Fluttered and the Sun Shined.

 

 

 

Logo a abrir, veio a Ashes In The Snow, juntamente com a Burial At Sea; simples mestrias instrumentais. Seguiu-se The Kidnapper Bell, que realmente, parecia que estávamos a assistir a um verdadeiro assalto (emocional, entenda-se); as músicas são tão perturbantemente belas que chegam a ser inquietantes, sentimos uma certa angústia. Todas estas peças musicais têm um verdadeiro clímax. Normalmente, um espectáculo tem um só auge.

 

Estes japoneses, pelo contrário, apresentavam-nos esse tal clímax em cada música que tocavam. Pure As Snow (Trails Of The Winter Storm), continuação do novo álbum. Sabbath, retorno aos velhos tempos. Yearning, o perfeito arranjo musical (orgaaaasmo). Follow The Map, uma das músicas mais emblemáticas e simples de toda a discografia da banda. Halcyon (Beautiful Days), confesso que nunca tinha ouvi esta música; claramente um erro da minha parte e, Everlasting Light, a melhor peça instrumental do novo disco. 10 minutos de introspecção. Nesta música, em particular, um dos guitarristas (cujo nome é difícil de escrever) fez-me lembrar traços do meu guitarrista preferido, Jonny Greenwood. Não o vejo directamente ao vivo, vejo um lado-B. Embora o caso mais escandaloso continue a ser o guitarrista dos Block Party; quando a imaginação não dá para mais..

 

Numa só palavra: Monumental.

 

publicado por music--lounge às 03:43

Fevereiro 21 2009

A terceira edição do Lounge Guest conta com a participação de um blog que é visita diária da minha parte. O convidado é o mentor do My Mother's Sleeping Pills. Curiosamente subscrevo totalmente o seu texto que a seguir se apresenta:

 

 

Com a disponibilização do “Walking in a dream”, agora numa escala mundial, após o lançamento dos dois singles de apresentação, os Empire of the Sun entram na arena para serem salvos pelo magistral César, ou devorados pelos leões. A sua página do Myspace disponibiliza integralmente o álbum. A primeira vez que ouvi o álbum não deixei de sentir uma grande desilusão. Confirmada, após mais umas quantas escutas. Nunca fui muito entusiasta de “walking on a dream”, mas, em relação a “we are the people”, a história foi bem diferente pois elevou a fasquia do álbum a um nível de expectativa bastante elevado. É verdade que o Hype gerado em torno deles, como os sucessores naturais dos “MGMT”, – como se estes já tivessem cessado actividade –, os atirou para a ribalta, aguçando mais o meu interesse. Já devia saber que a imprensa musical tende a vender ideias e conceitos, ou até mesmo especulações, que depois não têm qualquer sustentabilidade junto do público. A música, o que realmente devia interessar, fica para último plano, e neste caso, sinto-me defraudado. Os Empire of the Sun não estão à altura das promessas anunciadas. Tirando o tema, “We are the people”, o álbum anda de um lado para o outro, sem nunca chegar a nenhum sítio. “Standing on the shore”, “Half mast”,”Delta Bay” e “Tiger by my side”, ainda têm o condão de começar por me estimular, mas lá para o meio da canção perco a vontade de continuar a ouvir e tenho que saltar de faixa. Relativamente aos temas “Country” e “Without you”, nem consigo concentrar-me resultando numa grande indiferença. Por último “Swordfish hot kiss nite” desagrada-me por completo. Não consigo afastar o pensamento de que estou perante uma má prestação de uma mistura de “Hot chip” e “Prince”. No entanto, “The world” acaba por ter vigor, num conjunto de temas maioritariamente áridos. Na minha opinião este álbum parte de bons conceitos mas, por não conseguir concretizá-los, resulta numa contínua e mal sucedida promessa de grandes canções.

 

 

publicado por music--lounge às 17:54

Fevereiro 02 2009

Aproveitando a sua ida ao concerto dos Kaiser Chiefs em Lisboa, convidei a RitaP para ser a Lounge Guest #2 e descrever como foi essa noite para ela. Aqui fica o testemunho dela:

 

 

A noite chuvosa em Lisboa não impediu que se concentrassem, em frente ao Coliseu dos Recreios, dezenas de pessoas que aguardavam a entrada para um dos grandes concertos do ano.E, apesar do frio, a noite prometia aquecer já sendo possível ouvir as cantigas a serem cantaroladas pelos fãs mais "madrugadores".
À entrada para uma das maiores salas de espectáculo do país (e uma das mais bonitas que tenho visto - primeira vez que lá estive), já se sentia o entusiasmo para as horas que se seguiriam. No público viam-se muitas gerações, facto que achei muito interessante, dos 10 aos 60 (arrisco dizer) e, a maior parte do público mais velho não me parecia virem a acompanhar filhos ou sobrinhos, apesar de os mais novos estarem em maioria. Portanto estava tudo pronto para uma grande noite, num espaço magnífico e animação não parecia faltar.
                                 


Quando passava um pouco das 22 horas começa um espectáculo de luzes a indicar que a banda estava prestes a entrar. E pronto estava " o caldo entornado" (no bom sentido!). Imediatamente a entrada da banda levou o público ao rubro e que bela maneira de começar, logo com a "Spanish metal". Grande, grande entrada com o Mr Ricky Wilson a mostrar que não vinham ali para brincar, saltando como louco pelo palco e pelo ar(!), como já é sua característica. Tais acrobacias não podiam deixar a plateia indiferente e já não havia ninguém parado. Seguiram-se "Everyday I Love You Less and Less", "Everything Is Average Nowadays", "Heat Dies Down", "You Want History"e "Ruby" que levou o público ao delirio com as vozes em coro a entoar a letra. Um dos grandes momentos. E, pelo meio, Ricky Wilson elogia a audiência dizendo "you've been the louder so far, Lisbon".

 

Depois vêm "Thank You Very Much", "Good Days Bad Days", "Na Na Na Na Na", "Modern Way", "Half The Truth" e "Never Miss a Beat" que foi outro grande momento.

Ricky continua imparável e, muitas vezes, vem ter com a plateia não se importando de ser agarrado por dezenas de fãs e recebendo de "presente" vários casacos e camisolas, preciosos para a noite fria de Lisboa. 

Mas frio só mesmo lá fora porque no interior do Coliseu ele não se fazia sentir. Principalmente depois da "I Predict a Riot" que fez jus ao nome e levou todo o público a cantar com os braços no ar e a plenos pulmões a letra da música."Take My Temperature" e "The Angry Mob" para terminar a primeira parte do concerto e nenhum momento menos bom ou menos animado. É incrível como todas as músicas funcionam bem ao vivo. Músicas simples mas enérgicas, com guitarradas características. São mesmo animais de palco estes Kaiser Chiefs! Ricky continuava a repetir "Obrigado", mas de repente fica com dúvidas se dizer "Obrigado" ou "obrigada": Obrigado? E o público: Yeah! Obrigada? e o público novamente: No! Houve ainda tempo para cantar parabéns (a quem é que

não consegui perceber!).


Chega o momento em que a plateia tem que pedir mais e o coliseu responde com pés a bater no chão em uníssono e gritos pelo nome da banda. E eles voltam, claro! Começam então o encore com "Tomato In The Rain" e continuam com "Can't Say What I Mean". Uma hora e meia depois do início, e para terminar da melhor forma aquele que se confirmou como um dos primeiros grandes concertos do ano, "Oh My God". Prometeram voltar no Verão e nós cá os esperamos. Grandes Kaiser Chiefs!

 

 

 

Texto: RitaP

Fotos: Blitz / Rita Carmo - Espanta Espiritos

publicado por music--lounge às 14:33

Janeiro 07 2009

Esta é a primeira edição do Lounge Guest. Basicamente a ideia é ter pessoas amigas, conhecidas ou de quem admiro a capacidade critica para a musica, para escreverem um texto à sua escolha sobre um ábum, concerto ou algo relacionado com o meio musical.

 

A primeira pessoa que decidi convidar foi o Out_Cubus, meu colega num outro blog. Aqui fica, então, o seu texto:

 

Kings Of Leon – Only By the Night

Quando uma banda consegue pôr três dos seus quatro álbuns de originais, nos lugares cimeiros das tabelas de melhores álbuns do ano, nalgumas das mais importantes publicações de música no mundo inteiro, então é porque temos de ter muito em conta com essa banda.

Eles são os Kings Of Leon e vêm de Nashville, Tennessee dos Estados Unidos da América.  Composto por três irmãos e um primo, tiveram como primeiro lançamento ‘Youth and Young Manhood’ em 2003, seguido de ‘Aha Shake Heartbreak’ em 2004, ‘Because Of The Times’ em 2007’ e por último ‘Only By The Night’ lançado a 19 de Setembro de 2008.

A expectativa em torno deste ultimo álbum foi enorme e os elementos da banda sempre foram lançando algumas dicas durante a sua gravação. O vocalista Caleb Followill disse que iriam ‘ser as melhores canções da sua carreira’, enquanto Jared Followill disse terem ampliado nossos gostos musicais nos últimos dois anos e sinto que estamos prontos para enfrentar as nossas raízes do sul... outra vez’.

“Sex On Fire” foi o primeiro single lançado de ‘Only By The Night’ que tem uma carga sexual e provocante presença lírica, assim como em todo o álbum em si. ‘Use Somebody foi o segundo single, e foi lançado no início do passado mês de Dezembro.

Nota-se grandes evoluções de álbum para álbum, e este último colocou os Kings Of Leon num patamar elevadíssimo sendo actualmente umas das melhores bandas rock de todo mundo. Por isso, não será de estranhar que daqui alguns anos, os KOL sejam a próxima banda de encher estádios por esse mundo fora…

Track listing

   1. "Closer"
   2. "Crawl"
   3. "Sex on Fire"
   4. "Use Somebody"
   5. "Manhattan"
   6. "Revelry"
   7. "17"
   8. "Notion"
   9. "I Want You"
  10. "Be Somebody"
  11. "Cold Desert"

Nota: 9.4 – 10.0

 

publicado por music--lounge às 18:49

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